domingo, 6 de fevereiro de 2011

Miserável

“Miserável”, disse enraivecido pela estupidez do cara ao lado. Fica sempre transtornado quando não acreditam em sua convicção ou desprezam a sensibilidade humana. Para ele, conviver com imbecis e aturar a presença de boçais era sufocante.

A cordialidade da paciência já se esgotara. Levanta, xinga novamente e antes de sair definitivamente da sala, xinga novamente: “miserável de merda”. A canalhice alheia lhe emputeceu e queria chutar a boca do desgraçado, mas apenas canalizou nas palavras.

Era sempre assim. A conversa começava na informalidade do cotidiano, sem seriedade alguma, mas terminava com ele possesso. Desta vez resolveu procurar um médico. “É alergia a ignorância”, apontou o diagnóstico, enquanto que o remédio seria uma vida inteira longe de cretinos. Impossível.



Um comentário:

  1. Porra, Tedão. Matou a pau.

    E é impossível mesmo. Sem remédio, sem vacina.
    Miseráveis!

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